Foto ilustrativa: pexels |
Esposa-pastor-infeliz.
Essa declaração parece ser contraditória, porque a maioria das pessoas na
igreja vê o pastor como um MARIDO e PAI generoso, educado, gentil, afetuoso,
equilibrado, honesto, carinhoso, perdoador, solidário, grato, companheiro,
fiel, romântico, carinhoso, presente, protetor, amigo, sensível, cavalheiro e
humilde. Resumindo, um homem de Deus. Quantas mulheres ao ouvir o pastor
pregando no domingo à noite, disseram para elas mesmas: – Como eu gostaria que
meu marido fosse assim!
REPUTAÇÃO é o que as
pessoas pensam que você é; CARÁTER é aquilo que você realmente É.
Uma
pergunta que muitos gostariam de fazer para a esposa e os filhos do pastor, é
essa: Como ele (o pastor) é na sua casa? Que nota vocês dariam para ele como
marido, pai, cunhado, filho e irmão? Por causa do meu trabalho como terapeuta
familiar, com frequência sou procurado por esposas e filhos de pastores que
buscam um conselho em relação aos problemas de relacionamento em casa.
É
claro que não posso generalizar, conheço muitos pastores que tem um bom
relacionamento familiar e um casamento dentro do razoável. O que me preocupa, é
que aumenta a cada dia o número de pastores que se veem obrigado a viver uma
vida conjugal de fachada, mostrando um “casamento equilibrado que na verdade
não existe”, usando sempre um verniz religioso, disfarçando certa piedade, só
para não perder o “seu ganha pão”, que é o ministério. Essa afirmação não é uma
conjectura, mas sim uma realidade constatada a partir da confissão de esposas
de pastores nas cartas, e-mail’s, aconselhamento e desabafos entre amigas.
Vamos conhecer algumas dessas confissões:
Preferia
ser apenas uma ovelha dele, nunca esposa.
Ele
dá tudo de si para a igreja e nunca sobra o suficiente para suprir as minhas
necessidades. Eu sou a ovelha mais carente da igreja.
Já
ouvi dele, se não fosse o meu ministério, já teria me separado de você.
Ele
nunca prega sobre relacionamento, por que o nosso casamento é um fracasso.
Se
a igreja soubesse quem ele é dentro de casa, não o aceitaria como pastor.
Meus
filhos não vão à igreja por causa da hipocrisia do pai. Ele prega aquilo que
não vive.
Meu
marido-pastor não pode ver um “rabo de saia”, cobiça mulheres na minha frente.
Estou
cansada de ouvir dele: Eu não te amo mais…
Por
duas vezes o peguei vendo pornografia, o pior é que ele se irrita por eu ser
contra esta imoralidade.
Já
passamos três meses dormindo em camas separadas.
Ele
já me agrediu fisicamente antes de sair para a igreja onde iria dirigir um
culto de oração.
Nós
não temos vida sexual já faz seis meses.
Por
pior que seja a esposa, nada justifica estas atitudes e palavras que revelam um
coração que não tem nada a ver com o coração de um autêntico pastor. Aqueles
que se dizem pastor e não praticam os princípios básicos do Evangelho,
manifestando dupla personalidade e séria deformidade de caráter, a Bíblia os
define como: “…manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e
apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos
ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas
vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas
mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada
a negrura das trevas”. (Jd 12,13).
O
apóstolo Paulo ao instruir Timóteo sobre as viúvas que podiam assistir sua
família, mas negligenciava esse cuidado, disse: “Mas, se alguém não tem cuidado
dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o
infiel“. (1 Tm 5.8) Infelizmente, muitos lideres que deveriam ser o exemplo dos
fieis, tem se comportado dentro da sua família de forma escandalosa para o
Evangelho.
O
que Jesus disse em Mateus 16.26 deve soar todos as dias como uma grande
advertência para todos nós pastores: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo
inteiro, se perder a sua alma?” Fazendo uma aplicação dentro daquilo que
estamos considerando, poderíamos construir este texto assim: “o que adianta o
pastor ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?” Se por ventura o pastor
que está lendo este texto, entender que esse é o seu problema, o caminho para
qualquer mudança continua sendo o arrependimento. Nunca é tarde para reconhecer
o buscar cura em Deus, onde a graça continua fluindo do seu coração.
Minha
oração de todos os dias é essa: “Senhor, não deixe faltar temor em meu coração
e continue o processo de cura e libertação em minha vida. Eu quero a cada dia
melhorar um pouco mais. Faz de mim um obreiro aprovado. Um pastor que não tem
do que se envergonhar diante da família e da igreja. Em nome de Jesus amém!”.
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por:
Pr. Josué Gonçalves